domingo, 26 de julho de 2009

MUDANÇA NO ENEM

A mudança no ENEM tem gerado muitas polêmicas. Mas o ingresso no ensino superior através de uma prova contextualizada, pode render bons frutos. Hoje, a educação não se dá em "caixinhas". A interdisciplinaridade é necessária. As maiores críticas partem dos cursos pré-vestibulares, que não podem minimizar o ensino em fórmulas e macetes. Vale conhecer a nova avaliação.


TREINO ANTICHUTE
Procura pelo Enem cresce 30%

O fato da UFMT ter aderido ao exame como método de avaliação está deixando os estudantes inseguros
Mudança mobiliza alunos e professores que agora buscam novas formas de estudar e assimilar o conhecimento

Cresceu em quase 30% a procura dos estudantes pelo Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) em Mato Grosso. De 79,134 mil no ano passado, o número de inscritos saltou para 109,014 mil em 2009. Se comparado aos anos anteriores, 2007 e 2006, a diferença é maior, de 37% e 36%, respectivamente. Mas a exatos 2 meses e 8 dias para a prova o clima é de insegurança. O fato da única universidade federal do Estado - UFMT - ter aderido o resultado da prova como método exclusivo de avaliação pesa, principalmente para quem vinha se preparando ao longo dos últimos 3 anos a partir de métodos tradicionais. Alunos e professores não são contra as mudanças, nem o fim da "decoreba", mas avaliam de maneira madura que elas poderiam ter sido efetivadas de maneira mais adequada e com tempo de adaptação.
Tanto tem se argumentado a respeito da oportunidade aos estudantes de escolas públicas a partir do novo sistema de avaliação. Por que não começar sabendo a opinião deles? Para começar, a diretora da Escola Estadual André Avelino, Joana Alves Cardoso, foi uma das únicas encontradas durante a semana pela equipe de reportagem para falar sobre o assunto. Enquanto os colégios particulares correm atrás do prejuízo e cortam o período de férias, aumentam carga horária de aulas, durante a semana e nos sábados, as públicas continuaram com o calendário inalterado. Para Joana, muitos fatores contribuem para os estudantes das escolas estaduais estarem na desvantagem. Não é mudar o método de cobrar o conteúdo para entrar na faculdade que vai mudar esse quadro.
Ela acredita que as melhores vagas continuarão com quem têm mais oportunidades de obter informações e conhecimento, inclusive de mundo, com aquisição de livros, participação em cursos, palestras, filmes, apresentação de orquestra, viagens pelo Brasil e o mundo, realização de atividades extras nas áreas das artes e dos esportes. Um agravante. Com a adesão da UFMT, a concorrência vai aumentar, o que provocou de início até um certo desespero entre professores, alunos e pais. "Passamos a ter aula até meio-dia três vezes por semana e todo sábado de interpretação de texto, gramática e redação, é uma forma de reforçar os conteúdos que teve muita adesão". A 5ª aula poderá ser prática cotidiana no 3º ano do Ensino Médio a partir do ano que vem.
Salas lotadas - O monitor das aulas de Linguagens da André Avelino, Wellygton dos Santos está junto com a professora Rosenil Reis dando duro para incentivar os estudantes a se preparem mais, fazerem leituras extras e estarem conectados com o que acontece hoje no mundo. São 4h no sábado para repassar matérias da semana e produção de texto. A nova gramática, por exemplo, surgiu como dúvida e acabou sendo esclarecida ao longo do processo, assim acontece com outros assuntos. Também é o espaço apropriado para falar sobre os livros da literatura mais cobrados. No início, no mês de março, eram duas salas lotadas, agora, com as desistências, são 60 estudantes eufóricos para conseguir entrar na universidade. "O tempo passa rápido porque todos chegam em busca de um único objetivo que é aprender cada vez mais".
A proposta do Ministério da Educação (MEC) de promover o estudo por áreas de conhecimentos é interessante e está surtindo efeito positivo. O fato de todos terem voltado os olhos para as séries finais é um avanço, antes só se falava na Educação Básica. "Só vamos saber se valeu a pena investir na base quando este estudante chegar lá na frente e tiver sucesso na vida profissional". A André Avelino no vestibular passado da UFMT já aprovou 27 alunos, obteve o 1º lugar de Geografia e foram vários bons resultados no ProUni. Dois simulados devem ser aplicados antes do Enem, o que vai nortear se o esforço tem valido a pena.
A aluna do 3º ano, Joelma de Souza, 17, até suspira quando é questionada sobre o Enem. Está tentando conter o medo e o nervosismo, mas está difícil. A novidade assusta. Desde o início do ano ela faz dobradinha entre aulas curriculares e um cursinho público à noite. Procura revistar conteúdos e realizar exercícios no período da tarde. No sábado, tem aula de espanhol e linguagens. Espera que o esforço seja recompensado.
Treino - O professor e coordenador de um colégio particular, Mauro Bulhões, explica que está mostrando aos alunos que não é hora para brincar. Se não souber a questão, melhor não chutar, pois quem adotar a prática poderá se dar mal, afinal, quem não sabe uma alternativa fácil de utilização de uma fórmula, não tem como saber a outra de nível difícil. Os "macetes" foram todos abolidos, agora, o estudo voltado à prova do exame é focado na relação dos conteúdos com o cotidiano. As aulas de sábado focadas em geografia e história regional foram deixadas de lado, agora o que vale é focar no Enem. "Em química, os professores mostram a relação com os combustíveis e compostos presentes na alimentação, as aulas estão mais contextualizadas e a atenção está voltada para a interpretação".
Indignação - Os alunos de cursinho extensivo Willian Rafael Sampaio, 19, e Simone Lucatty, 17, que estão estudando para passar em Medicina, discordam da posição da UFMT. Acreditam que a utilização do Enem até pode ser positiva, mas vai prejudicar não só eles, mas todos os estudantes do Estado, da maneira como veio, meio como "tiro no escuro". Não foi justo, nem racional. Eles têm estudado sem dar trégua de 10 a 14 horas diariamente, também pegam nos livros nos sábados e domingos. Ao longo do Ensino Médio sempre foram alunos dedicados, mas que estudavam num ritmo diferente do que agora é proposta.
Pode até ser avanço, só que aconteceu de cima para baixo e sem diálogo com os principais afetados: os alunos. "Esse negócio de dizer que não tem decoreba é mentira, ninguém assimila tanto conteúdo sem ter que decorar, para mim, a questão é mais política do que pedagógica", afirma Willian, que chegou a parar de estudar 2 anos porque passou para Comunicação Social - Publicidade na UFMT, mas desistiu do curso para tentar o sonho de ser médico. O fato de competir com pessoas do país inteiro que nem precisarão viajar até Mato Grosso para fazer uma segunda prova está gerando medo. "Se todas as universidades estivessem unificadas acho que todos estaríamos no mesmo barco, mas nós principalmente seremos mais prejudicados".
Simone, mais ansiosa, não consegue deixar os livros fechados. Quando não está estudando as matérias, lê algum livro, revistas, assiste telejornais. Ela é de Jauru, inteiro do Estado, mora sozinha e sente o tamanho da responsabilidade. Faz 2 anos que ela só pensa conquistar uma vaga no curso mais concorrido da universidade.
Férias interrompidas - Noutro colégio particular, o coordenador Ivo Marcelino Ferreira explica que as férias se resumiram a um recesso de uma semana. Um material específico para o Enem foi preparado para agregar às aulas. Dois simulados serão aplicados para tentar preparar o terreno, com questões fáceis, médias e difíceis, uma forma de ensinar o estudante a decodificar o novos sistema de cobrança de conteúdo. Ele vê com bons olhos a proposta do MEC, mas acredita que a decisão da UFMT em aderir de cara, como única fase, foi algo complicado. "Não vejo este processo como algo milagroso, nas exatas, por exemplo, o aluno vai continuar utilizando fórmulas, a diferença é que agora terá de entender de onde vieram, terão de contextualizar".
Apoio - A coordenadora do Ensino Médio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Ema Marta Cintra, pontua que todo processo de logística e aplicação de prova é da responsabilidade do MEC. As provas como sempre serão em escolas públicas, o cartão do aluno chega pelo correio e é preciso estar atento se os dados estão corretos, preocupar-se com a data das provas, horários e se organizar para estudar os conteúdos mais importantes até lá. Onde buscar informações: www.inep.gov.br ou (61) 2022-3630. Na Seduc: (65) 3613-6318.

Jornal A Gazeta, 26/07/2009

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Para refletir....

Jornal “A Gazeta”, Cuiabá – MT, 13/07/2009, pág. 2 A
Editorial
Motivo para preocupação
Da Editoria
Um estudo realizado por pesquisadores da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), revela um fato preocupante. O estudo, que recebeu o título "Violência e Convivência nas Escolas", revela um grande desestímulo dos professores em relação ao futuro dos estudantes brasileiros. O trabalho constata que mais de 60% dos docentes entrevistados têm certeza de que seus alunos vão abandonar os estudos para trabalhar.
Além disso, apenas 15% dos professores acreditam que eles vão terminar o ensino médio e encontrar um bom emprego. Os pesquisadores que trabalham nesse estudo revelam que apesar de ter sido realizada no Distrito Federal, a pesquisa da Ritla traz conclusões que se repetem em outros locais no país. Na verdade, essa visão replica o que acontece na sociedade. A falta de crença no aluno é a mesma falta de crença e de compreensão que cerca o jovem de forma geral. Isso é muito grave em um país em que o desemprego continua sendo um fantasma que o governo não consegue exorcizar e em que a educação não merece a prioridade devida.
Vale ressaltar que esse desestímulo demonstrado pelos professores entrevistados é uma panorâmica do que ocorre no Brasil, onde os profissionais da educação são pouco valorizados e as escolas púbicas carecem de investimentos em todos os sentidos. As escolas particulares, cada vez mais caras, estão longe da possibilidade da maioria dos filhos de famílias brasileiras. Uma grande parcela dos estudantes tem que trabalhar para ajudar no sustento da família e muitos ficam no meio do caminho, priorizando o trabalho.
Dessa forma, a resposta dos professores não é simplesmente pessimista, mas está contaminada pelo que eles veem todos os dias na escola. Uma outra pesquisa, divulgada em abril deste ano pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela esses fatos e da mesma forma, geram preocupação. O levantamento mostra que o principal motivo da evasão escolar de adolescentes é a falta de interesse. Dos jovens de 15 a 17 anos que abandonaram a escola, 40,1% deixaram por desinteresse. O trabalho vem atrás - sendo motivo para 27,1%.
Há algo de errado no sistema educacional. É preciso rever essa situação e tratar logo de estimular os estudantes como também os professores, que tem responsabilidade fundamental nesse processo. A educação tem que ser prioridade. É bom que governo, políticos e a própria sociedade entendam isso de uma vez por todas.

TP 5 - ANDRÉ AVELINO 27/06











A oficina 9 rendeu excelentes discussões, pois a TP está recheada de sugestões.




De início já nos vimos numa discussão: idioleto x dialeto, depois partimos para a estilística do som e da palavra: três pratos de trigo para três tristes.... (pág. 26).




No "Ampliando nossas referências", foram exploradas as questões: - palavras reais e instrumentos gramaticais; - a fantasia das palavras; - a parafantasia.




As atividades apresentadas pelos professores-cursistas foram bastante variadas, esse exemplo a seguir é o resultado de um dos trabalhos sobre coerência.




TP 4 CEFAPRO 24/06/2009




A oficina 8 - TP 4 (polo CEFAPRO) teve como objetivo explorar o recurso de leitura.


Uma das observações mais relevantes foi que ao Ler para aprender é necessário:




  • ter consciência;


  • a leitura deve ser lenta;


  • várias releituras;


  • apreensão de dados;


  • relacioná-los e compará-los;


  • buscar conclusões.


Uma das atividades do Avançando na Prática aplicada pelas professoras-cursistas foi da página 142 da TP 4, utilizando a música "O Caderno" de Toquinho, cantada pelo Padre Fábio de Melo.






segunda-feira, 6 de julho de 2009

TP 4 ANDRÉ AVELINO







Os professores aproveitaram a chance e exploraram a leitura em muitos gêneros. No caso das histórias em quadrinho o enfoque foram os recursos na imagem para expressar movimentos.
Já nos códigos de comunicação, os exemplos foram diversos: sinais de trânsito, linguagem de sinais e braile.



OFICINA TP 4 - UNIDADE 16 - ANDRÉ AVELINO


A oficina 8 no polo André Avelino aconteceu dia 30/05. O foco do nosso encontro foi "ler para aprender".

Nesse propósito chegamos a seguinte conclusão: "Saber perguntar, é saber encaminhar o aluno." (adaptado TP 4 - p. 143)

Isto porque o recurso essencial é a pergunta, porque quando se lê há algum tipo de indagação.

E quando se fala em leitura não podemos excluir os gêneros textuais, assim utilizamos o tema Leitura, para recordar este assunto já abordado na TP 3, apresentei uma dinâmica em que foram utilizados diversos gêneros e com seus devidos nomes, a atividade consiste em fromar os pares (nome = texto).